segunda-feira, 18 de junho de 2012

CAUDILHISMO: Continuação


São denominados caudilhos  os políticos e grandes líderes de determinadas nações que exercem seu poder de forma carismática e de caráter populista por vias autoritárias ou autocráticas, fazendo com que sejam associados aos ditadores e tiranos.
A corrente do caudilhismo teve grande expressividade na América Latina, principalmente nos países que foram colonizados pela Espanha. Historicamente, os caudilhos foram se formando ao longo da independência das nações latino-americanas de suas colônias. Muitos deles eram grandes senhores de terra que queriam fazer prevalecer seusdireitos acima dos outros de qualquer maneira.
No Brasil, com a força política da elite agropecuária e cafeicultora, muitos senhores de engenho formaram exércitos próprios e leis que privilegiavam sua autoridade para exercer um mandato sustentado por interesses pessoais e políticos.
Com os grandes avanços do sistema republicano em nações como Estados Unidos e França, os países latino-americanos queriam acabar com o regime autoritário das monarquias e acabaram formando governos influenciados pelos interesses das elites, os tais caudilhos.
Principais articuladores de movimentos de independência que pretendiam estabelecer o regime republicano, os criollos  defendiam a importância do setor agroindustrial e do comércio de produtos manufaturados para impulsionar a economia local e criar mais empregos – além, é claro, de obter lucros com a compra e venda destes produtos.
Estes primeiros caudilhos conquistavam o apoio de grandes populações por meio do carisma, argumentando que as políticas motivadas por seus interesses atendiam às necessidades de todos, como a geração de mais empregos e a consolidação de uma economia estável.
A maioria dos políticos considerados caudilhos permanece por tempo prolongado no Poder e tem grande proximidade com as camadas mais baixas da população. No Brasil, o exemplo mais próximo ao caudilhismo foi o Governo de Getúlio Vargas, que trouxe grandes avanços nas leis trabalhistas do país, mas era sustentado por uma ditadura. Em países como Bolívia, Peru, Guatemala, Haiti, Paraguai,Venezuela, Nicarágua e Uruguai, houveram muitos outros exemplos do caudilhismo.
Apesar de ser um sistema arcaico, muitos cientistas políticos afirmam que ainda hoje o caudilhismo se faz presente na América Latina, principalmente sob a influência do presidente venezuelano Hugo Chávez.
Considerada a grande ‘herança maldita’ do continente latino-americano, o caudilhismo não passou de uma tentativa frustrada de países outrora colonizados de instituir o regime republicano de forma ineficiente.
Por Tiago Ferreira da Silva

CAUDILHISMO: continuação


No ano de 1824, uma considerável parcela da América Hispânica já havia alcançado o seu processo de autonomia política. Sob tal aspecto, vale lembrar que todas as nações formadas, com uma rápida exceção do México, decidiram estabelecer regimes de natureza republicana. Com isso, adotando os princípios liberais, as nações latinas manifestaram sua ruptura em relação às antigas instituições coloniais.

Nesse novo contexto, os novos Estados americanos estariam subordinados aos ditames de uma constituição que deveria ser obedecida por todos os cidadãos. A igualdade dos homens perante a lei seria a comprovação máxima de que os desmandos e injustiças daadministração colonial seriam definitivamente superados. Contudo, essas conquistas não esgotam outras nuanças que figuram o cenário político dessa nova era.

Os criollos, na qualidade de principais articuladores das lutas de independência, terão papel fundamental neste novo contexto político. Sob tal aspecto, estabeleceram meios para que a ordem agroexportadora fosse preservada e que as nações industriais cumprissem o papel de fornecer mercadorias manufaturadas. Além disso, nenhuma outra mudança estrutural concederia melhores oportunidades à enorme parcela de camponeses e trabalhadores latinos.

A predominância política dessa pequena parcela da população acabou abrindo portas para a instalação de um fenômeno histórico e político conhecido como caudilhismo. Essa prática reflete a organização de governos centrados no beneficio de uma população mínima que passa a ser atacada sistematicamente por líderes carismáticos que buscam subverter a ordem em busca de uma pretensa liberdade.

Apesar do apelo popular de sua retórica, os líderes caudilhistas não reconhecem os limites impostos pela lei e se valem da violência e opressão para alcançar o poder. Geralmente, os caudilhos desestabilizavam a ordem através de golpes políticos apoiados por grupos armados e outros interessados em serem diretamente beneficiados pela possível chegada de seu líder ao poder.

Dessa forma, mesmo reivindicando ou defendendo melhoras, o caudilho estabelece uma forma de poder político que substitui o lugar a ser ocupado pelo Estado. Ao mesmo tempo, centra a sua escalada ao poder como meio de implantar um governo personalista, ou seja, centrado em suas vontades e interesses individuais. Sem uma clara ideologia, costuma distinguir os elementos políticos de sua época pela manifestação de apoio ou oposição. 

Esse tipo de experiência indica os problemas enfrentados pelas instituições políticas da América, muitas vezes desprovidas de uma ampla sustentação social ou uma orientação política explícita. Apesar de marcar certa época do passado político americano, essa prática ainda perdura na fala de muitos analistas contemporâneos, que colocam o caudilhismo como uma espécie de herança ou ameaça ainda manifestada na América Latina
Por: Rainer Sousa

CAUDILHISMO


Os processos de independência dos países latino-americanos, em princípio, acenavam para a instalação de governos liberais e da democracia na América. O atraso colonial seria finalmente abandonado pelas promessas de felicidade e igualdade tão fortemente disseminadas pelo ideário iluminista. A França e os Estados Unidos transformaram-se em modelos de uma outra possível conjuntura social, política e econômica para as recém formadas nações americanas. Os antigos entraves do desenvolvimento seriam superados com a modernização, a ampliação dos direitos políticos e a justiça dos órgãos representativos. 

No entanto, a origem desses movimentos de independência mostrava que as novas instituições políticas a serem instaladas no continente ofereciam uma possibilidade bem diferente. As democracias e constituições aqui elaboradas não foram conseqüência da ampla participação política de diferentes camadas sociais. A elite criolla capitaneou o fim do pacto colonial em vista das vantagens econômicas oferecidas pelas grandes nações industriais européias. Os almejos das populações menos favorecidas ficavam em um plano subalterno controlado pelo “fosso político e ideológico” que colocou as elites latino-americanas em situação privilegiada. 

A grande maioria da população vivia à parte das implicações de uma ampla democracia. O poder era instituído pelas leis e legitimado pelos governos, porém, o seu centro decisório ainda estava atrelado a uma realidade sócio-econômica eminentemente agro-exportadora. A impessoalidade e a igualdade de diretos das repúblicas aqui criadas ainda conviviam com o desmando dos grandes proprietários, que colocavam seus interesses acima das leis, das constituições e do Estado. Dessa forma, os antigos laços de dependência vividos no interior da colônia pareciam somente ganhar uma nova roupagem. 

Nesse contexto, ganhou proeminente força a figura do caudilho. Descendente da elite colonial criolla, o caudilho usou de seu poder econômico para o alcance das instituições políticas e, conseqüentemente, de seus interesses pessoais. O desrespeito e o abuso às instituições o permitiam até mesmo criar milícias que não reconheciam nenhum poder colocado acima de sua ganância. Dono de terras, ainda tinha o apoio – espontâneo ou coagido – de uma população desprovida de meios para sublevar-se contra o desmando e a opressão do caudilho. 

Tendo uma relação ambígua com os poderes, o caudilho somente reconhecia as instituições que estivessem harmoniosamente submetidas à manutenção de seus privilégios. Transformando-se em um tipo de experiência política observável em toda a América Latina, o caudilhismo foi um fenômeno histórico vivenciado em países como Argentina, Brasil, Chile, Haiti e Peru. Mesmo usando da força para preservar-se, o fenômeno caudilhista não resistiu às transformações do tempo. Ao longo do século XX, os fenômenos de industrialização, urbanização e imigração européia enfraqueceram o poder de atuação dos caudilhos.
Por Rainer Sousa
Graduado em História

domingo, 17 de junho de 2012

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Sejam bem vindos ao Desvendando a História. Neste simples Blog será postado textos muito uteis para pesquisas escolares a respeito da História, e com fontes confiáveis. Caso seja bem aceito será abertos outros Blog com essa mesma proposta porém relacionados a outras matérias escolares. Obrigado por nos visitarem.